
Na tarde dourada de 25 de outubro de 1985, sob os céus generosos de Porto dos Gaúchos, o tempo pareceu deter sua marcha para testemunhar um enlace que não era apenas de corações, mas também de histórias e raízes.
Na pequena e vibrante cidade, onde o eco dos pioneiros ainda soava nas estradas de terra e nos sorrisos dos vizinhos, celebrou-se o casamento de Walter Dias do Nascimento e Irene Prieve, uma união que selava não só o amor de duas almas, mas também a memória viva de uma comunidade em construção.
Irene não era uma noiva qualquer. Era a primeira menina nascida em solo portogauchense, filha do primeiro enlace matrimonial realizado na cidade entre Guilherme Prieve e Nilza Rezer Prieve, pessoas simples, fortes e determinadas, como costumam ser os que abrem caminhos onde antes só havia mato e silêncio. Em seus olhos, refletia-se o brilho das águas do Rio Arinos e a bravura silenciosa dos que vieram antes com desejo de colonizar.

A cerimônia, marcada por emoção e alegria, foi acompanhada por pioneiros, amigos e moradores que a viram crescer, da primeira infância entre as ruas de terra aos dias de juventude em que florescia em graça e coragem.
Mas o momento mais solene daquela noite inesquecível veio com a chegada de um emissário especial. A respeitável empresa CONOMALI, responsável pelos primeiros passos na colonização da cidade, enviou um representante oficial o Sr Roland Alberto Eugênio Sydow para prestar homenagem à jovem Irene. Com palavras solenes e olhos marejados, o emissário entregou-lhe uma placa de honra, reconhecendo-a como símbolo vivo do início de uma nova geração em Porto dos Gaúchos.
“Primeira noiva, fruto do primeiro enlace matrimonial realizado na cidade de Porto dos Gaúchos”, dizia a inscrição em metal reluzente.
Entre lágrimas, aplausos e abraços, compreendia-se ali que o casamento de Walter e Irene era mais do que uma união matrimonial. Era a celebração da esperança, da continuidade e da coragem de um povo que ousou plantar uma cidade no coração do Mato Grosso.
E assim, naquela noite de outubro, Porto dos Gaúchos não dormiu cedo, pois em cada dança, em cada brinde, celebrava-se um marco da sua própria história.

“A história é um pretexto para o romance.” (Alexandre Dumas)
Pesquisa e autoria de Sidney Mantoan
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