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Por Gilson Correa Alves

Solidão

Confesso que não tinha conhecimento que a sensação de solidão poderia trazer tantos transtornos no psicológico, no físico e na alma de uma pessoa. É como se o coração, inquieto, se fizesse viajante, partindo em jornadas sem rumo, sem horizonte definido, apenas guiado pelos trilhos incertos do pensamento.

Na solidão, cada lembrança ganha um peso maior, cada silêncio se torna mais profundo, e os dias parecem mais longos do que deveriam ser. A mente vagueia, buscando refúgio em memórias passadas ou em sonhos que talvez nunca se realizem. É um estado em que o vazio dentro de nós ecoa como se fosse um universo inteiro, sem limites e sem respostas.
Ao mesmo tempo, há um paradoxo: a solidão pode ser cruel, mas também pode ser mestra. No silêncio forçado dela, descobrimos fragilidades, enfrentamos medos, mas também encontramos força em lugares inesperados. É um convite para olhar para dentro, para se reencontrar consigo mesmo, mesmo quando a saudade e a ausência pesam.

Assim, a solidão se torna um território de contrastes: angustiante e revelador, doloroso e transformador. Um espaço em que o coração se perde, mas também onde pode aprender a se reencontrar. É como caminhar por uma estrada deserta, em que o silêncio é o único companheiro e, ao mesmo tempo, o maior desafio. Nesse caminho, cada passo pode doer, mas também pode ensinar.

A ausência de uma presença nos obriga a encarar nossas próprias sombras, e é justamente nesse confronto que muitas vezes nascem as respostas que buscávamos. A solidão desnuda as ilusões, coloca diante de nós o que realmente importa, e faz florescer uma força silenciosa que, até então, permanecia adormecida.

Se de um lado ela machuca, do outro ela molda.
Se por vezes parece nos aprisionar, em outras nos liberta.
E, no fim, talvez a maior lição da solidão seja mostrar que nunca estamos totalmente sós.
Dentro de nós habita um universo inteiro, feito de memórias, sonhos e esperanças.

Mas, acima de tudo, habita um Deus Poderoso, que nos sustenta quando as forças se esgotam, renova quando tudo parece perdido, e aponta novos caminhos quando não enxergamos saída.

A solidão, então, deixa de ser apenas dor: torna-se encontro com a fé,
diálogo com a alma, e oportunidade de recomeço guiado pela presença divina do Espírito Santo.

Por Sidney Mantoan
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